Para dias como hoje



Não sei se a vida é pouco ou demais para mim.
Não sei se sinto de mais ou de menos, não sei...
Seja o que for, era melhor não ter nascido,
Porque, de tão interessante que é a todos os momentos,
A vida chega a doer, a enjoar, a cortar, a roçar, a ranger,

A dar vontade de dar gritos, de dar pulos, de ficar no chão, de sair
Para fora de todas as casas, de todas as lógicas e de todas as sacadas.


(Fernando Pessoa / Álvaro de Campos, “Passagem das horas”)

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