O Mistério dos Bettú

No Vale dos Vinhedos e arredores bebe-se os melhores vinhos do Brasil. O top de cada família, os 'terroirs' especiais, as safras mais queridas, os vinhedos que fizeram história.
Este ano, nas visitas de fevereiro e julho ao Vale, novas e intrigantes descobertas: a Peculiare, com seu vinho bem cuidado, Ronaldo no balcão, na vinha e nos tanques - assim como toda a família. A Barcarolla, única do Vale a produzir o Lagrein, uva trazida da região do Trento, de onde provém a maoria das famílias, com sabor delicado e festivo, frutado, lembrando alguma coisa a gamay. Os vinhos Dom Cândido, em ótima forma. Alguns outros, poucos, que a lembrança me impede de mencionar.
Mas é na casa dos Bettú (Estrada do Sabor) que encontro vinhos especiais. São vinhos feitos, eu acho, com carinho e delírio. Com mão secular e alegre paixão. Todos os vinhos são excelentes. Os que não têm tempo suficiente de produção, são de safras muito jovens, volto sempre em um ano, dois, três (tenho voltado há nove anos), provo-os e lá estão vinhos que nos confundem. Conhecendo a família e a forma de produzir, acreditamos que não há cálculo ali, e que a técnica pode ser modificada a qualquer momento, apenas porque faz sol ou porque o pão tem que ser feito, ou porque as meninas estão na casa...  Há mistério no vinho, em cada um e em todos.
E há festa quando chegamos, uma festa feita de sorriso que se amplia conforme se esvaziam as garrafas.
Bendito sejas, Mistério...
Aqui, fotografei Salete Bettú: ela é delicada e bela e gosto de estar a seu lado.

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