O Morro do Horácio


Algumas vezes subi este Morro, não em busca do que vai a maioria, suas casas ou a preciosa mercadoria que lá se encontra. Homens e mulheres saem do seu trabalho, na 'grande cidade', nossa ilha capital, e para lá retornam, repousar seu cansaço, após enfrentar no final da tarde o transporte feito para conduzir gado que é este aqui da ilha. Não há olhos neste momento para ver o sol que se põe, maravilha postal sobre a 'Beira Mar'. Lá embaixo, o Angeloni a quase todos abastece, a paz é restaurada.

Outros sobem o morro em seus carrões: cuidado. Pode ser um usuário mas pode também ser um polícia à paisana.
Nós subimos para fotografar.
Fomos conduzidos pela enérgica diretora da escola que já educou tantos daqueles que nos cumprimentam, agora, lá das calçadas. O grupo de Fotografia abre bem os olhos: abram mais, para não esquecer esta parte esquecida da nossa "Ilha da Magia". Abram, arregalem seus olhos, vejam que o mundo não é de plástico e o clima não é de primavera, como nos é dado a conhecer aqui embaixo. Lá de cima a vista é linda e a vida é crua. Sim, abram bem seus olhos. Vejam as pipas.
A mim faz bem, me dá dias de reflexão, de que a vida não é só tomar, é doar. Tomamos e doamos fotografias lá.
A escolinha antiga, cheia de poesia e imundície, foi abaixo. Agora, ergue-se a escola nova, com vazados na parede que, iluminados à noite, lembram as pipas de que as crianças tanto gostam. Um pouco mais de beleza onde tudo se despeja de uma vez só, o belo, o rude, o cru, a vista.
Não, o mundo não é mesmo de plástico. Vejam isto. Vejam e contem, fotografias.

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