Os ventos, as marés


Até hoje, nenhuma tainha nas redes de Getúlio. Mas ele já disse: não tem ano que a gente não molha a rede.
Entretanto, o que há...? As tainhas desgostaram do Campeche...?
Mataram muitas no Norte: Santinho, Cachoeira, Ponta das Canas. E também no Continente: na Pinheira, na Guarda, na Enseada, em Imbituba. No Sul, vi o lanço das 4 mil 283 tainhas.
Seu Chico matou 200.
As tainhas estão ficando no mar alto, aqui no Sul. Talvez não queiram enfrentar os entraves dos destroços das casas que o mar roeu.
Aqui, permaneço de Guarda, levantando antes do sol, indo ao vento cedo da praia, vendo as luzes de cedinho...
Mas tem as novas ressacas, os recicláveis ciclones extratropicais, os cercos que o bicho homem faz às praias, ano a ano, aterrando, habitando... Mudamos os mares, as praias, e comemos o peixe que nos resta deste marifúndio...
Ilustro com uma fotografia de outros tempos do Campeche, foto do meu amigo e psicanalista de gentes e de mares, Geraldo Castro.

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