Diversidade, Gênero e Representação


Em agosto fui ao jogo de Futebol, no Campo do Santos, Vila Belmiro. Fui a dois outros em outros tempos, 10 anos atrás ver a Ponte Preta no campo da Ponte, e uns cinco anos? ver Grêmio, ainda com Danrlei, e Figueirense, ainda na primeirona.
O Santos jogava liderado pelo Luxemburgo, o que para mim era uma atração extra. Já o técnico do Fluminense não deixava por menos: Renato Gaúcho.
A torcida era predominantemente masculina e caprichava no palavreado, tudo era apresentado da forma mais rude: falas, xingamentos e gesticulações. E um esforço incrível para demonstrar um certo tipo de masculinidade, virando-se, eles homens, para trás e para os lados, buscando a irmandade, uma confirmação de suas convicções para aquele jogo ou aquele lance.
Em todo caso, fiquei pensando que, se os jogos são a representação das guerras, num confronto de vencedor e vencido, de derrotas e de glórias, o futebol é uma batalha que vale a pena, por poupar um bocado de sangue.
Se me senti deslocada? Não exatamente, pois eu sei muito bem o que é um impedimento, um pênalti, e sempre resta o espetáculo visual dos corpos e do público torcedor. Mas, sendo representação de guerra, é sabido que, classicamente, não são as mulheres que fazem as guerras. Foi lindo ver no campo, em paz, mulheres e crianças. Mas porque somos - ou devemos ser, todos livres. E nem posso dizer que futebol é coisa de homem - apesar de ter sido criado por homens e para homens, ainda mais que o maior destaque mundial no futebol, atualmente, é uma MULHER, Marta.
Desnecessário dizer que, com esta linha de pensamento, perdi os dois gols. Você aí estará pensando: e no campo, não há replay...

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