Ah, Pará...


Impressões sobre o Pará.


Chegar a Belém é tão abafado quanto chegar a Manaus. As águas que cercam a cidade por todo lado, quase todo lado, posto que não se trata de uma ilha, deixam-na feito uma sauna, e o visitante com a necessária sensação de que está grudando. Agora, final de maio, é época do verão por lá, portanto as chuvas devem parar. A temperatura de 31 graus aliada à umidade faz com que os moradores desejem chuvas o tempo todo. O que irrita o turista é bem-vindo para eles.

Posso dizer a verdade, que é, o povo de Belém é agradável no trato, são solícitos e têm este espírito que está também no nordeste, que é achegar-se, ter interesse pelo outro, ouvir e falar. Aqui para o Sul não é bem assim. Não obstante, e ainda dentro do quesito verdade, é uma capital ameaçadora. Fiquei em um hotel na beira do belíssimo rio Guamá, embarcações desde cedo e de todos os tamanhos indo e vindo. O primeiro desejo: atravessar o rio, entrar por um daqueles furos e descobrir o que é que tem lá na Ilha em frente, Ilha do Combú...

Para isto, parti em uma embarcação, na companhia de João e dos barqueiros Ivaldo e Leandro. Conheci a comunidade e as casas ribeirinhas, as embarcações, a escola, a igreja e a forma de viver das pessoas, colhendo cacau, as moças lavando roupas submersas até a cintura no rio, o transporte único possível, barcos a motor, a remo, de um tronco só...

Para chegar lá, peguei o barco no Porto da Palha, totalmente condenado por minha amiga Regina Simões: aliás, em todo o bairro da universidade (UFPA), como confirmou o taxista, não se deve andar a pé. Sequer um quarteirão. Não é apenas a impressão má, do lixo pelo chão, da lama fétida; na verdade, o lugar dá romance e fotografia, mas é criminoso deixar as pessoas viverem à margem desta forma. A impressão foi de governo, ou série de governos, omisso.

Passo a postar comentários e fotografias sobre esta experiência paraense, meu segundo norte, o primeiro foi o Amazonas. A foto, Homem no Combú.

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