Malha de Imagens da Pesca








Fotografo por acreditar que é a minha maneira mais sincera de falar sobre uma coisa. Minhas fotografias, todas as vezes, são os rastros do que vivo e do que de fato me emociona.
Nasci e me criei em cidade portuguesa, decodificando as tramas de um português de além mar, para o que somos a eles um Brasil de além Tejo. Fui de tamancas ao colégio, creiam-me. Pequena, vi no Rio Grande a pesca da Tainha. Milhares delas, no arrastão da rede. Fotografar a pesca foi um retorno ao mar, meu re-criador, eu – criatura.
Para além do falar, gosto de mostrar, crendo que bastaria. Penso sempre na Fotografia como a linguagem muda mais inteligível que se tem conhecimento.
O fragmento que levo para mostrar na Unicamp traz uma parte das fotografias que, em seu conjunto, buscam retratar o cotidiano dos homens que realizam a pesca artesanal de beira de praia, especialmente na Praia do Campeche, cidade de Florianópolis.
Este é um recorte pequeno dentre mais de quatro mil fotos, resultado de seis anos de pesquisas e convívio junto aos pescadores, do que é a lida no mar, submissa ao clima, a fé, a convivência dos pescadores, os sentidos de observação e de trabalho e partilha.
Interpretação subjetiva, escolha e recorte da cena? Sim, por tratar-se de fotografias, com seu referente sempre na ordem do real. No comando, o dedo que clica obedecendo o olho que vê, e o pensamento, ah, o pensamento... Eu recorto. A luz, escolhida. A subjetividade, minha e vossa. Interpretem à vossa maneira, as fotos já não me pertencem.

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