Prá Viajar no Cosmos
Ia escrevendo o título do post, 'Foi lá por 72...', que é como começa uma canção do Nei Lisboa. Mas então pensariam que eu já estava tão atenta, lá por 72.
Não, nesta época, o Brasil fervilhava de milicos, ditadura: Repressão e Resistência, e em vários momentos, nenhum dos lados sabia ao certo o que estava fazendo, mas a repressão desejava enquadrar um país sob seu jugo, sem liberdade, com servilismo e à base da opressão e tortura. A resistência lutava pela democracia, sem a qual não existe a cidadania.
Depois de cantar umas canções, ontem à noite, era isto que ia dizendo Nei Lisboa, músico gaúcho que canta MPB, eu chamo de música porto-alegrense, depois conto porquê.
Nei ia falando sobre as mudanças no país e especialmente do momento incrível que vivemos agora: praticamente sem dúvidas teremos no poder uma ex-guerrilheira. Falava isto porque ele participou dos movimentos contra a ditadura, viveu essa época na pele, eu vivi criança. São as mudanças de paradigma político e social de um Brasil que está muito bem, obrigada.
Na platéia, limpa e cheirosa, que lá por 72 também tinha seus ideais, vários se remexiam incomodados. Os serristas, provavelmente. Os eleitores da Marina não demos importância, sabemos como é necessária a reflexão, e não enterrar com cal o que fizemos, nossas lutas e os sonhos que tínhamos, e as necessidades, as urgências da época.
Nei Lisboa faz um necessário exercício, para que nunca nos esqueçamos e nunca mais tenhamos que abrir mão de nossa liberdade democrática.
Depois cantou as canções que embalaram nossa juventude e pré maturidade, onde me situo um tanto reticente. Em outro post farei observações sobre a compreensão da musicalidade de Nei. A fotografia é da praia que amo, Campeche, inverno de 2010.
Abaixo, 'Prá Viajar no Cosmos não Precisa Gasolina'.
"Eu visito estrelas
Lendas, profecias
Procurando um verso
Que dissesse tudo
A verdade da galáxia
Se algum dia o sol vai derreter
E o povo passa fome
O povo quer comer
Eu solto tudo aqui de cima
Jogo tudo pro céu
Desarmo com carinho as armadilhas
Que entravam meu caminho
A uma vida natural
Mas sempre tem um grilo
Cri-cri-cricando meu prazer
O povo passa fome
O povo quer comer
Barões, fragatas, plutônios,
Neurônios explosivos
Não impedirão
Que o ciclo evolutivo do planeta
Cumpra o seu dever
Mas dando no que der
Já sei que um dia vou morrer
E o povo...
Ah, o povo... "
Não, nesta época, o Brasil fervilhava de milicos, ditadura: Repressão e Resistência, e em vários momentos, nenhum dos lados sabia ao certo o que estava fazendo, mas a repressão desejava enquadrar um país sob seu jugo, sem liberdade, com servilismo e à base da opressão e tortura. A resistência lutava pela democracia, sem a qual não existe a cidadania.
Depois de cantar umas canções, ontem à noite, era isto que ia dizendo Nei Lisboa, músico gaúcho que canta MPB, eu chamo de música porto-alegrense, depois conto porquê.
Nei ia falando sobre as mudanças no país e especialmente do momento incrível que vivemos agora: praticamente sem dúvidas teremos no poder uma ex-guerrilheira. Falava isto porque ele participou dos movimentos contra a ditadura, viveu essa época na pele, eu vivi criança. São as mudanças de paradigma político e social de um Brasil que está muito bem, obrigada.
Na platéia, limpa e cheirosa, que lá por 72 também tinha seus ideais, vários se remexiam incomodados. Os serristas, provavelmente. Os eleitores da Marina não demos importância, sabemos como é necessária a reflexão, e não enterrar com cal o que fizemos, nossas lutas e os sonhos que tínhamos, e as necessidades, as urgências da época.
Nei Lisboa faz um necessário exercício, para que nunca nos esqueçamos e nunca mais tenhamos que abrir mão de nossa liberdade democrática.
Depois cantou as canções que embalaram nossa juventude e pré maturidade, onde me situo um tanto reticente. Em outro post farei observações sobre a compreensão da musicalidade de Nei. A fotografia é da praia que amo, Campeche, inverno de 2010.
Abaixo, 'Prá Viajar no Cosmos não Precisa Gasolina'.
"Eu visito estrelas
Lendas, profecias
Procurando um verso
Que dissesse tudo
A verdade da galáxia
Se algum dia o sol vai derreter
E o povo passa fome
O povo quer comer
Eu solto tudo aqui de cima
Jogo tudo pro céu
Desarmo com carinho as armadilhas
Que entravam meu caminho
A uma vida natural
Mas sempre tem um grilo
Cri-cri-cricando meu prazer
O povo passa fome
O povo quer comer
Barões, fragatas, plutônios,
Neurônios explosivos
Não impedirão
Que o ciclo evolutivo do planeta
Cumpra o seu dever
Mas dando no que der
Já sei que um dia vou morrer
E o povo...
Ah, o povo... "
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